quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Observatório Kepler pode detectar luas habitáveis


(Engenharia & Astronomia) O telescópio Kepler da NASA, atualmente em uma missão para encontrar planetas parecidos com a Terra orbitando outras estrelas, também poderia encontrar luas habitáveis em outros sistemas estelares, sugere uma nova pesquisa.

A missão primária do Kepler é monitorar milhares de estrelas procurando por quedas características no seu brilho quando planetas que a orbitam passam na frente dela.

O observatório orbital, lançado em Março, já detectou o gigante planeta extrasolar HAT-P-7b em seus primeiros 10 dias de obtenção de dados. O planeta já tinha sido descoberto por telescópios na superfície da Terra, mas as observações mostram que o Kepler funciona como esperado.

Enquanto observatórios terrestres, e ainda alguns observatórios espaciais, tais como o Spitzer e o Hubble, podem encontrar planetas extrasolares do tamanho de Júpiter, Kepler é o primeiro telescópio que irá detectar exoplanetas com o tamanho similar ao da Terra.

Um astrônomo sugere que as capacidades do Kepler podem ainda ser usadas para detectar as chamadas “exoluas.”

David Kipping da Universidade de Londres já projetou um método para detectar exoluas, mas ninguém tinha certeza se ele poderia realmente ser usado com nossa tecnologia atual. Ele e sua equipe modelaram as propriedades dos instrumentos do Kepler, simulando a força esperada do sinal que uma lua habitável iria gerar.

A gravidade de uma exolua puxa o planeta que ela orbita, fazendo o planeta oscilar durante sua órbita em torno de sua estrela. A mudança resultante na posição e velocidade de um planeta deve ser detectável pelo Kepler com uma cronometragem precisa dos trânsitos.

Os cientistas consideraram uma ampla variedade de possíveis sistemas planetários e descobriram que um planeta “fofo” parecido com Saturno, que teria pouca massa para seu tamanho, dá as melhores chances possíveis de detectar uma lua, e não um planeta mais denso do tipo de Júpiter. Isso porque planetas como Saturno são grandes – bloqueando muita luz quando eles passam na frente da estrela – mas são muito ‘leves’, significando que eles irão oscilar muito mais que um planeta com muita massa.

Se um planeta parecido com Saturno está à uma distância exata de sua estrela, então a temperatura irá permitir a formação e estabilidade de água líquida em qualquer lua grande o suficiente em órbita ao redor do planeta. Tais luas com água líquida podem ser habitáveis.

“Pela primeira vez, nós demonstramos que luas potencialmente habitáveis à centenas de anos-luz de distância podem ser detectadas com nossa tecnologia atual,” diz Kipping.

A equipe descobriu que exoluas habitáveis com pelo menos 0,2 vezes a massa da Terra são prontamente detectáveis pelo Kepler. As descobertas da equipe serão detalhadas no jornal Avisos Mensais da Real Sociedade Astronômica.

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