sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tempestade de vento assola planeta fora do Sistema Solar

Tempestade de vento de 7.000 km/h assola planeta com massa de Júpiter na constelação de Pégaso.


(Folha) Astrônomos mediram uma tempestade de vento fortíssima na atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar.

Dados sobre o gás monóxido de carbono na atmosfera do planeta HD209458b mostram que o gás está fluindo a 7.000 quilômetros por hora da parte quente do planeta para a parte fria.

HD209458b é um planeta do tipo "Júpiter quente", um gigante de gás, como Júpiter, mas que está próximo de sua estrela, ao contrário de Júpiter.

O planeta orbita uma estrela na constelação de Pégaso, cerca de 150 anos-luz da Terra.

Como está muito próximo do seu sol, HD209458b apresenta temperaturas em sua superfície de 1.000 graus Celsius em sua parte quente.

E como o planeta sempre mostra o mesmo lado para a estrela, um de seus lados está sempre fervendo, enquanto o outro está muito mais frio.

Na Terra, grandes diferenças de temperatura geram ventos, e a situação não é diferente em HD209458b.

Os pesquisadores usaram o telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul e um poderoso espectrógrafo para detectar e analisar a fração minúscula de luz estelar que atravessa a atmosfera do planeta enquanto ele passa na frente de sua estrela.

No mesmo estudo, publicado na revista "Nature", os autores também demonstram uma nova técnica para obter a massa de exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar). Eles calcularam diretamente a velocidade do exoplaneta enquanto ele orbitava a estrela.

Eles fizeram isso medindo o efeito Doppler, a mudança no comprimento de onda da luz refletida por um planeta quando ele se aproxima ou se afasta da Terra.

Após a determinação da velocidade de órbita de HD209458b, as massas do planeta e da estrela puderam ser calculadas usando a lei da gravidade de Newton.

Os astrônomos também mediram quanto carbono está presente na atmosfera do planeta.

"Parece que H209458b é rico em carbono, como Júpiter e Saturno. Isso poderia indicar que ele foi formado da mesma forma", disse à "BCC News" Ignas Snellen, da Universidade de Leiden, na Holanda, e líder da pesquisa.

"No futuro, astrônomos podem usar esse tipo de observação para estudar a atmosfera de planetas parecidos com a Terra para determinar se há vida."
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