Esta imagem mostra a ténue estrela WASP-3 (magnitude 10,5 ou cerca de 60 vezes mais ténue do que o olho humano consegue observar) no centro, usando o telescópio de 35 polegadas do Observatório da Universidade de Jena. A estrela está ampliada com maior sensibilidade e resolução na imagem no canto inferior esquerdo. WASP-3 encontra-se a 700 anos-luz da Terra na direcção da constelação de Lira. A imagem é uma composição de três imagens obtidas em três filtros diferentes (azul, visual e vermelho) e a pequena usa apenas o filtro vermelho.
Crédito: Gracan Maciejewski, Dinko Dimitrov, Ralph Neuhäuser, Andrzej Niedzielski et al.
Esquema que mostra as órbitas dos dois planetas no sistema WASP-3.
Crédito: Maciejewski et al.
Crédito: Gracan Maciejewski, Dinko Dimitrov, Ralph Neuhäuser, Andrzej Niedzielski et al.
(Astronomia On Line - Portugal) De acordo com um novo estudo, uma nova técnica de pesquisa de exoplanetas usada para detectar um exótico mundo pode ser sensível o suficiente para ajudar os astrónomos a descobrir planetas com o tamanho da Terra em órbita de outras estrelas.
O novo método, TTV (Transit Timing Variation), foi desenvolvido por uma equipa de astrónomos europeus liderados por Gracjan Maciejewski da Universidade de Jena na Alemanha.
A técnica foi usada para descobrir um planeta com 15 vezes a massa da Terra, localizada no sistema estelar WASP-3, a 700 anos-luz do Sol na direcção da constelação de Lira.
No entanto, os investigadores afirmam que o alto grau de sensibilidade do método pode torná-lo uma ferramenta valiosa para localizar pequenos planetas com massas semelhantes à da Terra.
Os resultados do estudo foram aceites para publicação numa edição futura da revista mensal da Sociedade Astronómica Real.
A técnica TTV foi sugerida como uma proposta viável para a descoberta de planetas extrasolares - ou exoplanetas - há alguns anos. Tem como base o actual método de trânsito, em uso há já alguns anos, sobretudo pelas missões espaciais Kepler e CoRoT que pesquisam o cosmos por planetas tipo-Terra.
Os trânsitos ocorrem quando um planeta passa em frente da sua estrela-mãe, bloqueando temporariamente alguma luz estelar da perspectiva da Terra. Durante estes trânsitos, os astrónomos podem medir a quebra na luz da estrela, assinalando a passagem de um planeta.
O novo método permite aos astrónomos identificarem planetas mais pequenos cujos próprios trânsitos não são suficientes para reduzir significativamente a luz emitida pela estrela. No entanto, se planetas mais pequenos existirem em adição a um grande planeta, estes exercem um puxo gravitacional sobre o maior e alteram a sua órbita, provocando desvios no ciclo regular de trânsitos.
A técnica TTV compara estes desvios com previsões feitas a partir de vastos cálculos computacionais. As estimativas permitem aos astrónomos inferir a composição preliminar do sistema planetário em estudo - incluíndo a presença de possíveis planetas tipo-Terra.
Para o seu estudo, Maciejewski e a sua equipa de investigadores usaram os telescópios de 35 polegadas do Observatório da Universidade de Jena e o telescópio de 24 polegadas do Observatório Astrónomico Nacional de Rohzen na Bulgário, para estudar os trânsitos de WASP-3b, um grande planeta com uma massa 630 vezes a da Terra.
As suas observações levaram a uma descoberta inesperada.
"Nós detectámos variações periódicas no 'timing' do trânsito de WASP-3b," anunciou Maciejewski. "Estas variações podem ser explicadas por um planeta adicional no sistema, com uma massa de 15 Terras (ou a massa de Urano) e um período de 3,75 dias."
Este recém-descoberto planeta foi apelidado de WASP-3c, e está entre os exoplanetas mais pequenos descobertos até à data. É também um dos planetas menos massivos conhecidos a orbitar uma estrela mais massiva que o Sol.
Esta descoberta marca a primeira vez que um planeta extrasolar foi descoberto usando o método TTV.
Os investigadores acrescentaram que a detecção de planetas com menos de 15 vezes a massa da Terra torna o sistema WASP-3 muito interessante.
A órbita do novo planeta tem o dobro da do planeta mais massivo. Tal configuração é provavelmente o resultado da evolução do sistema planetário.
A capacidade do método TTV em detectar pequenos planetas pode ajudar os astrónomos a localizar mais destes exoplanetas tipo-Terra no futuro.
Por exemplo, um planeta com a massa da Terra irá puxar um gigante gasoso comum que orbita perto da sua estrela e provocar desvios cronológicos nos trânsitos destes objectos maiores até um minuto. Este efeito é suficiente para ser detectado com telescópios com 1 metro de abertura, ou seja, relativamente pequenos. Quaisquer potenciais descobertas podem então ser seguidas por instrumentos maiores.
O novo método, TTV (Transit Timing Variation), foi desenvolvido por uma equipa de astrónomos europeus liderados por Gracjan Maciejewski da Universidade de Jena na Alemanha.
A técnica foi usada para descobrir um planeta com 15 vezes a massa da Terra, localizada no sistema estelar WASP-3, a 700 anos-luz do Sol na direcção da constelação de Lira.
No entanto, os investigadores afirmam que o alto grau de sensibilidade do método pode torná-lo uma ferramenta valiosa para localizar pequenos planetas com massas semelhantes à da Terra.
Os resultados do estudo foram aceites para publicação numa edição futura da revista mensal da Sociedade Astronómica Real.
A técnica TTV foi sugerida como uma proposta viável para a descoberta de planetas extrasolares - ou exoplanetas - há alguns anos. Tem como base o actual método de trânsito, em uso há já alguns anos, sobretudo pelas missões espaciais Kepler e CoRoT que pesquisam o cosmos por planetas tipo-Terra.
Os trânsitos ocorrem quando um planeta passa em frente da sua estrela-mãe, bloqueando temporariamente alguma luz estelar da perspectiva da Terra. Durante estes trânsitos, os astrónomos podem medir a quebra na luz da estrela, assinalando a passagem de um planeta.
O novo método permite aos astrónomos identificarem planetas mais pequenos cujos próprios trânsitos não são suficientes para reduzir significativamente a luz emitida pela estrela. No entanto, se planetas mais pequenos existirem em adição a um grande planeta, estes exercem um puxo gravitacional sobre o maior e alteram a sua órbita, provocando desvios no ciclo regular de trânsitos.
A técnica TTV compara estes desvios com previsões feitas a partir de vastos cálculos computacionais. As estimativas permitem aos astrónomos inferir a composição preliminar do sistema planetário em estudo - incluíndo a presença de possíveis planetas tipo-Terra.
Para o seu estudo, Maciejewski e a sua equipa de investigadores usaram os telescópios de 35 polegadas do Observatório da Universidade de Jena e o telescópio de 24 polegadas do Observatório Astrónomico Nacional de Rohzen na Bulgário, para estudar os trânsitos de WASP-3b, um grande planeta com uma massa 630 vezes a da Terra.
As suas observações levaram a uma descoberta inesperada.
"Nós detectámos variações periódicas no 'timing' do trânsito de WASP-3b," anunciou Maciejewski. "Estas variações podem ser explicadas por um planeta adicional no sistema, com uma massa de 15 Terras (ou a massa de Urano) e um período de 3,75 dias."
Este recém-descoberto planeta foi apelidado de WASP-3c, e está entre os exoplanetas mais pequenos descobertos até à data. É também um dos planetas menos massivos conhecidos a orbitar uma estrela mais massiva que o Sol.
Esta descoberta marca a primeira vez que um planeta extrasolar foi descoberto usando o método TTV.
Os investigadores acrescentaram que a detecção de planetas com menos de 15 vezes a massa da Terra torna o sistema WASP-3 muito interessante.
A órbita do novo planeta tem o dobro da do planeta mais massivo. Tal configuração é provavelmente o resultado da evolução do sistema planetário.
A capacidade do método TTV em detectar pequenos planetas pode ajudar os astrónomos a localizar mais destes exoplanetas tipo-Terra no futuro.
Por exemplo, um planeta com a massa da Terra irá puxar um gigante gasoso comum que orbita perto da sua estrela e provocar desvios cronológicos nos trânsitos destes objectos maiores até um minuto. Este efeito é suficiente para ser detectado com telescópios com 1 metro de abertura, ou seja, relativamente pequenos. Quaisquer potenciais descobertas podem então ser seguidas por instrumentos maiores.
Esquema que mostra as órbitas dos dois planetas no sistema WASP-3.
Crédito: Maciejewski et al.
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