sexta-feira, 17 de setembro de 2010

“Caçador de planetas” português premiado

Nuno Santos recebeu reconhecimento na Arménia


Nuno Cardoso Santos, Michel Mayor e Garik Israelian.

(Ciência Hoje - Portugal) O astrónomo português Nuno Cardoso Santos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e professor afiliado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, recebeu ontem, na Arménia, o primeiro prémio internacional Viktor Ambartsumian. O galardão, partilhado com os seus colegas Michel Mayor (Universidade de Genebra) e Garik Israelian (IAC), foi atribuído pelo trabalho no estudo das estrelas que têm planetas em órbita, e que fornecem indícios essenciais para a compreensão dos processos de formação planetária.

O Prémio Viktor Ambartsumian é atribuído de dois em dois anos e distingue investigadores, de qualquer país, por excepcionais contributos para a ciência. Este ano foram nomeados 14 investigadores ou equipas, cabendo o prémio ao trio liderado por Michel Mayor, que em 1995 co-descobriu o primeiro exoplaneta à volta de uma estrela do tipo solar (51 Pegasi).

O júri que atribuiu o prémio é composto por físicos e astrónomos de renome, dos quais se destacam Sir Martin Rees (Master do Tinity College da Universidade de Cambridge), Catherine Cesarsky (ex directora geral do ESO e ex presidente da União Astronómica Internacional) ou o Geoffrey Burbidge (editor das revistas The Astrophysical Journal e Annual Review of Astronomy and Astrophysics).

Nuno Santos é autor de 128 artigos científicos publicados, com mais de 5200 citações. Ao receber a notícia do prémio, comentou: “Estou obviamente muito feliz. Espero sobretudo que este reconhecimento possa, de alguma forma, ajudar a astronomia nacional a fazer cada vez mais e melhor”. Para tal, o investigador lidera a equipa do CAUP que coordena a componente nacional do consórcio ESPRESSO.

Nos dias de hoje são conhecidos pelo menos 500 planetas extra-solares, muitos dos quais (em especial os de pequena massa) descobertos pela equipa liderada pelo professor Michel Mayor. Entre eles está o mais pequeno exoplaneta descoberto, Gliese 581e, com apenas 1,9 massas da Terra.

Apesar do já elevado número de planetas extra-solares detectados, os mecanismos de formação destes sistemas são ainda pouco compreendido. Por isso a equipa dedica-se também a tentar compreender melhor as propriedades destes sistemas planetários (e das suas estrelas-mãe), de modo a melhorar os actuais modelos de formação planetária. O primeiro prémio internacional Viktor Ambartsumian atribuiu 385 mil euros, a ser distribuído pelos três investigadores.

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