Dos 1235 planetas candidatos que Kepler anunciou ter descoberto, 408 vivem em sistemas estelares multi-planetários.
(Público - Portugal) Em Fevereiro, o telescópio espacial lançado pela NASA em 2009, anunciou ter detectado mais de 12 centenas de planetas candidatos. Ontem o projecto anunciou que já descodificou parte desta informação: cerca de um terço pertencem a 170 sistemas solares com dois ou mais planetas.
“Não antecipámos que descobríssemos tantos sistemas com trânsitos múltiplos. Pensámos que poderíamos ver dois ou três. Em vez disso, encontrámos mais de cem”, disse em comunicado o astrónomo David Latham, do Centro de Astrofísica do Smithsonian, na Universidade de Harvard.
A maioria destes planetas é menor do que Neptuno. E giram em sistemas mais planos do que o sistema solar. O Kepler detecta planetas quando estes se atravessam à frente da sua estrela e diminuem ligeiramente a luz que chega da estrela ao telescópio, como a sombra que um avião faz na Terra quando passa em frente ao Sol.
Para o telescópio detectar mais do que um planeta, é necessário que estes estejam no mesmo plano ou no máximo, que tenham uma inclinação orbital de menos de um grau. Em comparação, o sistema solar não está no mesmo plano. Mercúrio, por exemplo, tem uma inclinação de sete graus em comparação com a Terra.
“O mais provável, é que se o nosso sistema solar não tivesse grandes planetas como Júpiter ou Saturno para agitar as coisas com os seus distúrbios gravitacionais, ele seria tão plano como os sistemas descobertos por Kepler”, disse Latham.
Durante três anos e meio do projecto, o telescópio Kepler vai continuar a olhar para estrelas que estão na vizinhança galáctica, à procura de planetas com características semelhantes à Terra, que possam conter vida.
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