quinta-feira, 23 de junho de 2011
Um estranho Sistema Solar
(Cesar Baima - O Globo) Já falei aqui no blog sobre a fascinação humana com os sistemas binários, mas agora cientistas do Observatório Armagh, na Irlanda do Norte, encontraram evidências de um que supera os mais estranhos delírios de um escritor de ficção científica. Localizado na constelação de Fornax, o UZ For abrigaria dois planetas gasosos gigantes maiores que Júpiter que orbitam as duas estrelas centrais em períodos de cinco e 16 anos, respectivamente.
As próprias estrelas binárias do sistema já são um caso digno de nota, consistindo de uma anã branca e outra vermelha tão próximas que levam apenas algumas horas para completar um revolução. O par é tão pequeno que facilmente caberia no espaço ocupado pelo nosso Sol. Além disso, a anã branca é tão densa que continuamente "rouba" material de sua companheira, criando uma espécie de ponte de plasma superaquecido entre as duas. O processo aquece a matéria a milhões de graus de temperatura e inunda todo o sistema planetário com enrmes quantidades de raios-x, tornando-o completamente inóspito.
Para inferir a existência dos planetas, os cientistas se basearam em dados de mais de 27 anos de observação do sistema de um telescópio na África do Sul. Por acaso, as duas estrelas orbitam em um plano diretamente visível aqui da Terra, fazendo com que constantemente eclipse a outra. Os astrônomos, porém, notaram que os eclipses não estavam ocorrendo nos momentos precisos, ora atrasando, ora se adiantando. Diante disso, eles presumem que as estrelas estão sendo influenciadas gravitacionalmente por dois grandes planetas, que teriam oito e seis vezes a massa de Júpiter. Na ilustração acima, podemos ver um dos planetas e, ao fundo as duas estrelas e a ponte de plasma entre elas. Fascinante, não?
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