quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mapa dos novos mundos

Universidade faz o mais completo catálogo de candidatos a abrigar vida em outros sistemas solares. Oito astros e 30 luas estão na lista









(Correio Braziliense) O anúncio feito pela Agência Espacial Americana (Nasa) de que um planeta recentemente descoberto, o Kepler-22b, tem todas as condições possíveis para ser habitado deixou a comunidade científica em polvorosa. Isso teoricamente significa que, além de poder suportar uma eventual colonização humana, o astro teria condições de abrigar algum tipo de vida extraterrestre. Nunca se esteve tão perto de uma resposta à pergunta: “Afinal, estamos sós?”. Embora esse seja o planeta mais semelhante da Terra já encontrado, existem outros, fora do nosso Sistema Solar, que poderiam abrigar vida. Dos mais de 1,6 mil identificados ou ainda por confirmar, oito, além do Kepler-22b, encaixam-se nessa categoria. E 30 luas — incluindo a famosa Pandora, cenário do filme Avatar, também seriam habitáveis.

O mais completo catálogo de exoplanetas, aqueles que se encontram em outros sistemas solares, foi publicado pelo Laboratório de Planetas Habitáveis da Universidade de Porto Rico, em Arecibo, que os listou e fez um ranking de habitabilidade. O KOI 736.01, também identificado pelo telescópio Kepler, é o maior candidato a abrigar vida. Com uma massa praticamente igual à da Terra, esse exoplaneta está a 1.750 anos-luz de distância — muito, mas muito longe daqui. Para se ter uma ideia, se fosse possível enviar uma mensagem, à velocidade da luz, para os moradores de lá, eles a receberiam daqui a 17 séculos.

“A única maneira de suspeitarmos da existência de vida em outros planetas é lançar no espaço supertelescópios, como o Procurador Planetário Terrestre, da Nasa, ou o Darwin, da Agência Espacial Europeia”, explica ao Correio o astrofísico Stephen P. Maran, autor de oito livros sobre o Universo (no Brasil, foi editado Astronomia para leigos, da Alta Books). “As pessoas gostariam de pensar que um contato com extraterrestres ocorreria como nos filmes, mas, pela distância, é mais provável que esses equipamentos, que devem ser instalados até 2020, é que nos tragam a resposta”, diz.

Zona propícia
Para eleger a habitabilidade dos exoplanetas, os cientistas de Arecibo, onde está instalado o maior radiotelescópio do mundo, levam em consideração diversos fatores. “Um dos critérios é a distância entre o planeta e sua estrela-mãe, que medimos em distância de zonas habitáveis (HZU, sigla em inglês). Os planetas dentro de uma zona habitável recebem valores entre -1HZU e +1HZU, sendo o 0 o centro exato da zona”, explica ao Correio Abel Mendez, diretor do Laboratório de Planetas Habitáveis da Universidade de Porto Rico em Arecibo. Segundo ele, os valores negativo e positivo correspondem a localizações mais próximas e mais distantes da estrela-mãe. Esse posicionamento é vital, pois um planeta muito perto ou muito longe de seu sol não comportaria vida por causa, respectivamente, das temperaturas altas ou gélidas.

O segundo critério é o índice de semelhança com a Terra (ESI, em inglês), medido em uma escala de 0 a 1, sendo este último número o tamanho idêntico ao do nosso planeta. Para serem considerados parecidos com a Terra, os exoplanetas precisam exibir valores entre 0,8 e 1, além de ter uma composição rochosa que permita uma atmosfera terráquea.

Já o SPH, padrão de habitalidade primária, leva em consideração a temperatura, a umidade e, consequentemente, a probabilidade de haver água no planeta.

A medida pClass classifica os corpos celestes de acordo com três zonas termais (quente, aquecida e fria) e sete categorias de massa (veja infografia). “Essa classificação pode ser usada para qualquer planeta ou lua solar ou extrassolar”, conta Mendez. Existe, ainda, uma categoria exclusiva de planetas dentro da zona habitável, chamada hClass, que mede a temperatura da superfície do planeta e sua capacidade de abrigar vida complexa.

Segundo Abel Mendez, o catálogo de planetas, o qual chama de “tabela periódica”, é um importante instrumento de pesquisa científica, pois permite classificar novos exoplanetas a partir de uma base de dados já consolidada. “Além disso, ele aguça a curiosidade do público em geral e, quem sabe, estimula a formação de novos astrofísicos que, um dia, poderão confirmar esses dados, graças aos supertelescópios espaciais”, diz.

Dificuldades de detecção
Detectar planetas fora do Sistema Solar não é fácil. Tanto que, até o século passado, ninguém sequer sabia que eles existiam. Como não há como fotografá-los — eles estão muito longe do alcance dos telescópios e, ao contrário das estrelas, não brilham —, os cientistas os detectam de duas formas: medindo o enfraquecimento no brilho da estrela-mãe quando eles passam por seus sóis e monitorando a alteração da órbita da estrela-mãe quando os planetas chegam perto.
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E mais:
Exoplanetas grandes e pequenos (AstroPT)

Um comentário:

  1. eu sou uma menina de 10 anos e amo aprender ciencias meus tios sao de argencia de planeta eu pesqueso as coisas para ele e pra mim quero aprender muito os planetas todos os dias eu pesqueso coisa nova sobre os panetas que me enteresa mais mercurio, venos, jupiter e marte......................................................................

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