sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Investigadores fornecem pistas inéditas sobre possibilidade de vida em exoluas

Até à data foram localizados 859 planetas extra-solares



(Ciência Hoje - Portugal) Um artigo recentemente publicado na revista «Astrobiology» apresenta um modelo teórico que expõe as condições necessárias para que as luas distantes possam abrigar vida, assim como a distância que devem respeitar relativamente ao seu planeta “hospedeiro”.

Até à data foram localizados 859 planetas extra-solares e só o telescópio espacial Kepler da NASA identificou mais de 2700 candidatos a planeta, a serem confirmados nos próximos anos e a maior parte dos planetas do sistema solar poderá ter um ou mais satélites naturais. Mais do que isso, estas exoluas são habitáveis e podem ser habitadas.

Segundo Rory Barnes, da Universidade de Washington e do Instituto de Astrobiologia da NASA e um dos autores do artigo, “existe uma zona habitável no caso das exoluas, um pouco diferente da zona habitável para exoplanetas”. Barnes e o René Heller do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potdsdam, Alemanha, explicam que o clima e a luz podem ser bem diferentes para as exoluas em relação aos exoplanetas.

Os exoplanetas foram encontrados fora do Sistema Solar utilizando diferentes técnicas, como é o caso do “escurecimento do brilho de uma estrela quando um planeta passa à sua frente”. Os investigadores consideram o método eficaz, excepto se se tratar de planetas rochosos parecidos com a Terra.

O aquecimento de maré
A maioria dos planetas encontrados actualmente estava fora da chamada zona habitável, uma região não muito distante e nem tão próxima da estrela, possibilitando a conservação de água líquida. Algumas técnicas levam em consideração o calor do planeta, mas neste caso eles podem ser jovens demais para abrigar vida, com temperaturas bastante elevadas.

As Luas que orbitam Júpiter, por exemplo, podem sofrer severamente com a acção gravitacional do gigante gasoso, sendo esticadas e amassadas constantemente, mantendo o seu interior aquecido. Este processo, chamado de aquecimento de maré, é conhecido por manter o calor estável.

Para uma lua ser detectada através do calor por telescópios terrestres como Keck no Havaí ou por espaciais como o Hubble e o Spitzer, devem ter temperatura que rondem os 700 graus centígrados – o que é demasiado quente para abrigar vida. No entanto, acredita-se que futuros telescópios conseguirão identificar luas em temperaturas mais baixas. O James Webb Space Telescope será capaz de identificar exoluas com 27 graus.

Os cientistas ainda não sabem se a existência de luas fora do Sistema Solar é comum ou raro, só após mais observações, com instrumentos avançados, é que se poderá obter uma resposta. Coloca-se a possibilidade da existência de “exomundos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário