quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Quantos planetas parecidos com a Terra existem no Universo?


(UOL) Astrônomos do mundo inteiro já encontraram 4.508 objetos que podem ser exoplanetas em diversas regiões do espaço. Destes, 919 estão confirmados: são realmente planetas localizados fora do Sistema Solar. Entre eles, 69 são superterras (planetas com massa maior do que a da Terra) e 12 são terrestres (assim como a Terra e Marte, por exemplo, eles têm a superfície sólida).

Como já se pode imaginar, esses 81 planetas mais próximos do que se poderia chamar de irmãos da Terra não mostram sinais de que abrigam vida - e muitos deles já foram descartados dessa possibilidade.

Exemplos de exoplanetas que comovem a comunidade científica são os do sistema solar Gliese, localizados a 20 anos-luz da Terra. Ali, há quatro planetas girando em torno de uma estrela anã-vermelha. Um deles, o Gliese 581 c, foi o primeiro exoplaneta possivelmente habitável encontrado na história. Sua órbita em torno da anã-vermelha localiza-se em uma região parecida com a da Terra em relação ao Sol, ou seja, está em uma zona habitável.

Hoje, após análises, já se descobriu que o Gliese 581 c é quente demais para abrigar vida como a da Terra. Por isso, toda a atenção está voltada para o Gliese 581 g, um planeta que pode existir por ali, mas que ainda não foi confirmado.

Segundo pesquisas, ele também está localizado na zona habitável. Se for um planeta com superfície rochosa, como a Terra, ele poderá ter água em estado líquido - e isso é um grande catalisador para o surgimento da vida.

Apesar de termos encontrado menos de 100 planetas parecidos com a Terra, podem existir pelo menos 17 bilhões deles apenas na Via Láctea, segundo cálculos de astrofísicos da universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Se ampliarmos a pesquisa para qualquer tipo de planeta (como os parecidos com os gasosos do Sistema Solar), os resultado aumenta para cerca de 100 bilhões.

O astrônomo popstar Carl Sagan foi além. Baseado na equação de Drake (o pioneiro na pesquisa de vida em outros planetas), ele estimou que, na Via Láctea, neste momento, podem existir 1 milhão de civilizações que tenham tecnologia para comunicar-se com a gente. Já existem laboratórios que analisam ondas de rádio vindas do espaço e de outros planetas, mas até agora, nada foi oficialmente encontrado.

Caçar planetas: missão quase impossível
Se encontrar vida em outros planetas parece difícil, é porque até mesmo a busca por planetas, habitáveis ou não, é complicada.

Diferente de estrelas, que emitem seu brilho para distâncias enormes, os planetas não emitem luz - exceto quando ainda são jovens e estão aquecidos. Além disso, eles estão muito longe do Sistema Solar, e é preciso telescópios potentes para localizá-los. Para piorar, eles são ofuscados pelo brilho das estrelas que orbitam.

Para se ter uma ideia dessa procura de agulhas no palheiro, encontrar um planeta no espaço é como estar em Boston, cidade do leste dos Estados Unidos, e achar uma mosquinha rodeando um poste de luz na cidade de San Diego, na costa oeste, a mais de 4 mil quilômetros de distância.

O que é um planeta habitável?
Há vários fatores que os cientistas consideram para fazer de um planeta habitável de acordo com os padrões da Terra. É preciso ter atmosfera, por exemplo: são os gases do efeito estufa que mantêm o calor necessário para que a água da superfície fique sempre em estado líquido. Um campo magnético é essencial para proteger a atmosfera de ser destruída por ventos estelares.

Também é necessário um eixo de rotação estável, campo de gravidade forte o suficiente para que as coisas não saiam voando e uma distância em relação à estrela mais próxima bem parecida com a distância entre a Terra e o Sol. Por enquanto, os telescópios, sondas e outros instrumentos usados para observar planetas só conseguem identificar atmosferas muito densas.

Aparelhos sofisticados que devem dar condições de observar atmosferas mais rarefeitas estão em construção: o Telescópio Gigante Magellan, no Chile, deve começar a operar em 2014. O Telescópio de Trinta Metros, no Havaí, e o E-ELT (Telescópio Europeu Extremamente Grande), podem ficar prontos em 2018.

Fontes: livro "Variedades da Experiência Científica", escrito por Carl Sagan, sites Planet Quest - the Search for Another Earth, mantido pela Nasa; Planetary Habitability Laboratory, da Universidade de Porto Rico, em Arecibo; Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics; Space.com e Nasa.gov.

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